5.04.2009

Ressaca Cultural

Meu feriado começou na quinta feira na Fifth Club com meus amigos Paulo, Michael, Manu, Zeca, Rick e Davi, encontrei ainda Silvio e Molina entre outras pessoas. A balada é interessante de cada 10 pessoas 8 eram belas, mas precisa melhorar ainda.

Sexta feira fui com Manu e Michael para Atibaia, passeamos, tiramos fotos e depois fomos para o rancho se arrumar e seguir para Lust em Campinas, encontrei o Rodrigo lá, mas não rolou nada, meus amigos se embrenharam em braços interioranos - bom pra eles.

Sábado passamos o dia no rancho e o pai do Manu apareceu e fez um churras. Vim pra casa, mudei o look e parti com o Michael para a tão, por mim, esperada Virada Cultural 2009. Passamos na casa da Dany pra calibrar, 2 copos de vinho e uma cerveja já nos deixam bem. 22:30 fomos para o palco de dança no Anhangabaú ver Quasar Cia. de Dança, comentários à parte não vi tudo e fomos pro Palco São João encontrar a galera e ver Marcelo Camelo, ótimo show, apesar da distância. Encontramos Zeca, Rick, Davi, Nini, Carol e o João. Muitas pessoas juntas, muitas vontade diferentes. Um quer ir no banheiro, outro no samba, outro no brega, um para porque achou um amigo, aquele está com fome, esse quer mijar.

Me estressei! o que já era de se esperar.

Deixei os amigos com seus conflitos e fui curtir o que de bom a Virada poderia me proporcionar. Muita gente pelas ruas, muita gente bêbada pelas ruas, deplorável. Tudo é motivo pra encher a cara?? Ok, ok, eu bebi sim, mas eu me suportava sobre minhas pernas e sabia exatamente o que via e o que dizia. Para resumir: Vi Cena 11, estava chato, fui pro palco de Rock na República, Velhas Virgens já tinha saído, então, como eu gosto de uma boa diversidade (e choque) cultural, fui pro Arouche ver Beto Barbosa, que me surpreendeu pelo show super animado e até música nova (nada digo sobre a qualidade desta), mas foi um bom show, voltei ao Anhangabaú, palco Dança, vi Cia Osmosis que achei bem interessante, Núcleo Omstrab com uma qualidade ótima mas o sono já tentava me pegar, foi o Baque da Aurora com Caracaxá que me fez acordar e junto com uma multidão dançar pelo vale ao som de maracatu e outros batuques celebrando o dia amanhecer, refeitas as forças vamos para a nova investida, Cine Zumbi: A volta dos Mortos-vivos 2, adoro esse filme, mas a intensa espera na fila me fez refletir e desistir, uma sala escura depois de quase 24 horas acordado era um convite e tanto (quase 24h porque acordei ás 11h no rancho). passei pelo palco do Raul e meu estômago se rebelou, tomei um café, só o café. Vi um menino lindoooo, cabelos cacheados, olhos azuis, magro, recebi um olhar de retribuição... e ficou só por isso mesmo.

Parti para o Palco São João, passei por alguns outros lugares para visualizar a sujeira pelo chão, os bêbados caídos, o albergue de roqueiros que virou a Praça da República e tudo mais. Às 9 horas em ponto o Cordel do Fogo Encantado fez a galera pular e gritar, muitos sobreviventes. Por grande insistência dos meus joelhos e pés, e quase como uma previsão do futuro eu não assisti o show, apenas o ouvi sentado na rua lateral dando a trégua merecida aos meus membros. Fui ao mercado comprar um energético e passei num bar, lembrando das dicas de uma grande amiga pedi outro café e um pão de queijo. Energético na bolsa lá vamos nós para o meio da multidão. Todos pareceram ter o mesmo plano que eu: "Instalar-se na frente do palco e de lá não sair por nada neste mundo!". Curti o show do Zeca Baleiro, foi bem agitado, não sou fã mas gosto dele, tem muita qualidade é um grande artista.

Ainda faltavam 7 horas para o melhor da noite, rápida escapada até um banheiro químico, e retomei minha investida na multidão, meus joelhos clamavam perdão, minha coluna já estava aos farelos, até um tosse ou um grito me faziam gemer de dor. "Tava tenso o barato". Novos Baianos me irritaram, me desculpem quem gosta, mas aquele 'pitizinho' da Baby foi o erro, adorei que ela quis fazer a linha e se fodeu, entraram atrasado porque quiseram pagar de estrelas, reduz o repertório mesmo. A organização da Virada estava incrível 15 minutos antes de todo show o palco estava ok e o som passado. Sai fora senão atrasa a Maria Rita!!!

18 horas o coração batendo forte, ela ia demorar mais 3 minutos. Estava em pé desde às 12h, tudo doía. Corinthians é campeão, ela está feliz. Também estou feliz, não pelo timão.

"o meu samba vai curar teu abandono o meu samba vai te acordar do sono..."

Gritei, ela veio entrando, linda. Chorei, estava emocionado. Talvez um mix de cansaço e emoção. Tudo doía. Já não lembrava mais do boy com quem estava flertando, ela estava lá cantando. Cantei junto. Gritei mais. Depois de Samba Meu foi O Homem Falou seguida por Tá Perdoado. E como a noite foi maravilhosa, em Trajetória o pranto voltou aos meus olhos, mas dessa vez eu sei o motivo. Ela cantou, dançou, pulou, ficou emocionada com a multidão. Acabou. Saiu. Sabemos que ela volta, gritamos, cantamos "não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar, o morro foi feito de samba, de samba pra gente sambar". Voltou. Gritei. Pulei, os joelhos reclamaram, a coluna já chorava há horas. Cantou Santa Chuva, música do Marcelo Camelo (ele também cantou no sábado, A-mei). Chorei, de novo, mas é porque gosto muito dessa música e ela não canta no novo show, ontem cantou, filmei com a qualidade péssima do meu celular. Foi incrível, acabou. Ainda tinha que caminhar até o carro, e dirigir até em casa, esqueci de reservar energias para o fim, gastei tudo até a reserva. Andava mancando, arqueado de dor mas feliz, realizado, emocionado. Uma parte de mim estava triste por não ter dividido um momento tão intenso e feliz com alguém especial, apesar de ter mais de 10.000 pessoas ali comigo.

A volta pra casa foi bem, estava com medo de dirigir, sei como sou. Sozinho, cansado. Estava acordado desde às 11h do sábado, eram 19h40 de domingo. Guerreiro. Energético e uma Pepsi, um cigarrinho também me ajudaram a manter a integridade até em casa. Cheguei. Banho, pizza e cama. Recadinho pra mãe "Não me acorde!!! destruído..."

Acho que ela não sabe ler. 7 horas da matina, ninguém merece! Voltei a dormir, feliz.

Hugo Zanardi

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