9.16.2009

roteiro filme - 1


Rogério, 32 anos, escritor. Mora sozinho no bairro da Bela Vista, um apartamento aconchegante. Tem dois livros lançados com uma vendagem boa, algumas peças de teatro escritas, e é colunista de uma jornal de médio porte na cidade. Recentemente caminhando pelas ruas de São Paulo, numa madrugada quente onde o cérebro insiste em funcionar e o sono não quer aparecer, decidiu escrever o roteiro para um filme com temática homossexual. Por ser essa sua opção sexual e pela pequena quantidade de filmes que abordam o tema resolveu que iria lançar um roteiro e buscar apoio, e investimento para pôr o filme para rodar.

Subindo a Rua Augusta e analisando a noite paulistana começou a criar uma base para seu filme. Será que seria boa?

Um jornalista. Junior seria seu nome. Junior é um nome muito comum em estórias infantis, mas Rogério gostava do nome. O jornalista Junior seria seu protagonista. Junior teria que escrever uma matéria para uma revista mensal sobre garotos de programa. Ou teria que escrever um livro? O personagem deveria se envolver com o mundo dos garotos de programa por um longo tempo, para que muitas coisas pudessem acontecer. Então seria um livro. Um livro de depoimentos onde o jornalista Junior iria colher esse material e publicar as histórias reais. E durante essas entrevistas ele se envolveria com um dos garotos, firmando uma relação bonita e duradoura. Será? Talvez ficasse muito "Uma linda mulher". E se o garoto de programa morresse?... Não, muito "Moulin Rouge". Melhor não pensar agora no fim, e construir o roteiro, o fim virá, sempre vem!

Chegou em casa satisfeito com sua nova história, se bem escrita e bem dirigida poderia ser um filme muito bem visto. Precisaria começar a pesquisar, conversar com pessoas, fazer todo um levantamento do trabalho. Sentou em frente ao seu notebook e escreveu sua idéia, armazenou o arquivo em uma pasta denominada "roteiro filme". Foi deitar-se, a caminhada havia sido boa para refrescar o corpo e inspirar a mente. No dia seguinte teria muito trabalho pela frente e precisava estar disponível. Deitou-se e parte de sua nova criação já rodava em sua tela mental, ao acordar escreveria todas suas idéias, desde as mais absurdas até as mais brilhantes para que nada se perdesse.

Adormeceu com um singelo sorriso no rosto.

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Hugo Zanardi

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